Bem Vindos ao Própria Poesia!

Bem Vindo ao Própria Poesia!

Boas leituras!!!

27/06/2011

Jornaleira


Tu, que te levantas cedo
Tu, que sentes felicidade
Tu, que inconscientemente me metes medo
Tu, que ingenuamente, no que fazes tens vaidade

Vives bem sem ter nada.
Tens tudo que não vejo,
Tens uma vida apaixonada.
És um sonho, um desejo

Quero ser tu
Ensina-me a sê-lo!
Lisonjeias o culto
Tira-me deste pesadelo!

 Ouve esta minha prece
Faz-me crescer!
Não me ignores, iria desaparecer
Esta vontade que cresce

Quero levar-me ao céu
És quem me pode guiar
És quem me pareceu
A pessoa certa para meu desabrochar

24/06/2011

Quero-te



Passaste por mim, como tantos passam.
Olhas-te para mim, como tantos olham.
 Mas marcaste-me, como não me haviam marcado.
 Sem saber por quê, fiquei por ti quase enfeitiçado!

Essa tua essência de jeito singular
Deu conta de mim, tomou-me por sua,
Invadiu-me sem sequer questionar!
Agora anseio por outro cruzar na rua,
Outro momento que me inspire a viver, a sonhar!

Esse rosto teu, de traços puros,
                Que de perfeitos parecem desenhados
Essa beleza mística, sedutora
                Que se revelou em mim arrebatadora
Esses olhos de cor mesclada 
       Que perto anseio como mais nada

Têm em mim estranho efeito,
Fazem sentir-me como nunca me senti!
Essência pura que invadiu meu peito,
És quem eu sonhei em nunca
E em nunca, também vi.

Dou por mim em ti a pensar
Sem sequer me aperceber.
Onde menos espero te vejo
Dominas-me a mente, completas-me o Ser
Tornaste-te um sonho, um desejo,
          Necessito o que sinto expressar!

Esta vontade, esta cede imensa
Que de ti tenho, consome meu ser.
Tenho por ti uma chama intensa,
Uma enorme necessidade de te conhecer!

Quero-te porque o sinto!
Quero-te porque sim!
Quero-te porque é distinto!
Quero-te para mim!

21/06/2011

Naquela Noite



Deitado no sofá,
Assisto a um jogo de futebol…

A campainha toca, levanto-me.

Abro a porta
E surpreendo-me
  -És tu, quem menos esperara!

Sorris para mim,
De jeito simples, sensual…

Os teus lábios enfeitiçam os meus olhos…
Teus olhos pedem-me algo.
Algo, que não sei precisar…

Tento falar…Impedes-me,
 Colocando teus dedos sob meus lábios…

Num empurro suavemente forte,
Atiras-me para dentro,
Batendo levemente a porta com o teu salto

Beijas-me, eu correspondo-te!
Tenho-te envolta nos meus braços,
Sinto tua respiração quente,
O calor de teu corpo…

Beijo teu pescoço
Teu perfume suave invade-me o olfacto…

Sinto-me relaxadamente intenso!
Pareço ter prazer a correr nas veias!

O teu silêncio desperta-me desejo de ti!
Deixo-me guiar pelos teus actos
E sinto-me esplendidamente bem!

Despindo-nos mutuamente,
A minha pele transpira desejo,
Seguindo a tua…

Conduzes-me à cozinha…
Na mesa uma garrafa de champanhe
Envolta no gelo…

De modo suave, sedutor
Pegas num cubo de gelo e cerra-lo na boca!

Deitas-te sob a mesa, olhando-me
Deixas o cubo gelado cair, percorrendo teu corpo, suave, lento…
Extremamente desconcertante…
Sigo seu rasto com meus lábios…

Gotas de água se formam, num choque térmico…
Tua pele arrepia-se levemente…

Vejo no teu rosto a expressão de prazer, desejo…
Parecendo o espelho do meu…

Talvez em transe, fora de mim,
Nas mãos do instinto,
Percorro teu corpo
Contemplando-o, sentindo-o…

Uma gota chega ao teu umbigo…
Seu caminho parece terminar aí…

Pego no diminuído cubo gelado
E conduzo-o pelo teu corpo…
Ergo-me e passeio-o pelo teu pescoço
Beijando o seu caminho...

Sinto-me pela primeira vez a dominar-te…

….

Ouço um berro, estremeço!
Olho, o jogo continua,
Agora empatado…


Tarde Demais


Amava-te, adorava tudo em ti
Dizias também me amar,
Estupidamente cego por tanto gostar
Eu confiei e nada de mal vi                       

Hoje recordo tua presença,
Tua essência em mim.
Repugna-me lesta lembrança
Esta vil memória que não quer ter fim

Quero esquecer-te
Tirar-te de vez de mim
Quero para sempre adormecer-te
Enterrar-te bem longe do meu jardim

Traíste-me, não vales nada
És uma triste comédia
És um sonho  tornado pesadelo
És em meu coração uma forte facada
Foste uma acalmia agora és uma lembrança vadia
És um tempo sem zelo !

Agora chegas, pedes perdão
Apercebeste-te do que perdeste!

Pois agora esquece-me, por mais que tentes será em vão
Vai para de onde vieste!

 É Tarde Demais!

05/06/2011

Em Portugal


Engenheiros comandam
Mantêm-se á tona sem saber nadar
Opções surgem, mas a liberdade de escolha pouco ira mudar
Usam do que podem, manipulam o que não deviam

Esconde-se a realidade
Atenuam-se as palavras
Num país de pouca verdade
Safam se as enguias

Omitem-se números de valor
Adiam-se facadas  mortais
Numa crise profunda já não somos iguais

Quero um caminho
Uma estrada a seguir
Não temos a protecção do ninho
Agora temos de agir!

Formar opiniões não basta
Da-las apenas por dar
Não fará nada mudar

Vamos, sejamos diferentes da besta!

Ausência sempre Presente



Vais, partes na presença
Deixas em mim a ausência
De te ter comigo

Sinto a pairar no ar
Aquilo que me da alento a continuar
Paro, respiro fundo
Ascende-se em mim vontade de ti

Contrario a vontade de te procurar
Penso naquilo que me fará te odiar
Concentro-me em argumentos desvanecidos
Vejo-os translucidamente suprimidos

Estas em mim presente
Longe, na plenitude do teu ser
Quero-te comigo corporalmente
Não te posso perder!

Tento, não consigo esquecer-te
Lembro-me constantemente de ti
A saudade aperta, preciso ver-te!
Basta, não aguento, quero-te aqui!

Esta ausência sempre presente
Mata-me, dá cabo de mim
Sinto-me só entre a gente
Mas ainda vejo no horizonte um verde carmim…